GOTAS DE POESIA
o olhar galopando o cavalo da vida
perdido no vermelho das nuvens
no horizonte
*
acordo teu bicho
desperto tua libido
me entranho em tua carne
corro em tuas veias
incorro em pecado
invento um passado
*
um câncer qualquer de tanto amar
uma úlcera qualquer de tanto fumar
um viver falho
um atalho
*
tem duas almas o poeta
uma de todo dia
outra da fantasia
as duas em simbiose
geram anarquia
*
há algo em mim indiferente
há algo em mim não pertencente
eu não me sou
tu não te és
corpos estranhos
*
as faces absurdas do lógico
copiam insondáveis reflexos do ego
máscaras mortivivas
em maquiagem sórdida
*
pessoas gaivotas velas
balsa canoinha névoa
o Rio Sergipe banhando a Rua da Frente