Retalhos
Arraigando retalhos agulhados coloridos
Cosidos ao calmo dom de fina paciência
Um oasisinho espiral de verde vida ao centro
Escolhido ponto de começar e recomeçar
Leve como o pousar da paina no terreiro
Mãos plenas de prazer em tecer bordam
Intemporal momento de pensar e repensar
O superego fica menos pai e mais amigo
O estofo da cadeira aconchega e apraz
Mãos se esquecem e a mente livre voa e revoa
Sem fome sem frio sem dor sem dó suspira
Escolha aleatória da cor na mosaica colcha
Mistura pronta feijão cozido no rabo do fogão
De tardinha chegamos suados de terra e sonhos
O estruturado lar cheio de afeição próspera
Hora de jiló com arroz quentinho e fritinho ovo
Penélope serenamente tece as tramas da vida
Secretamente alça devaneia por pulcro laser
Rédeas sempre nas mãos na garupa nunca
Colcha arrematada sorri minha mãe amada