Retalhos

Arraigando retalhos agulhados coloridos

Cosidos ao calmo dom de fina paciência

Um oasisinho espiral de verde vida ao centro

Escolhido ponto de começar e recomeçar

Leve como o pousar da paina no terreiro

Mãos plenas de prazer em tecer bordam

Intemporal momento de pensar e repensar

O superego fica menos pai e mais amigo

O estofo da cadeira aconchega e apraz

Mãos se esquecem e a mente livre voa e revoa

Sem fome sem frio sem dor sem dó suspira

Escolha aleatória da cor na mosaica colcha

Mistura pronta feijão cozido no rabo do fogão

De tardinha chegamos suados de terra e sonhos

O estruturado lar cheio de afeição próspera

Hora de jiló com arroz quentinho e fritinho ovo

Penélope serenamente tece as tramas da vida

Secretamente alça devaneia por pulcro laser

Rédeas sempre nas mãos na garupa nunca

Colcha arrematada sorri minha mãe amada

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 06/06/2020
Reeditado em 28/03/2021
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