PENÚRIAS
Ouço vozes tenebrosas
Em uma solidão sem fim
Barulhos de correntes
Fantasmas que chegam a mim
Sinto um cheiro fétido
Do desprezo vivido assim
Oh! Noites pavorosas
De torturante solidão
Adagas afiadas
A sangrar-me o coração
Que fiz ao nobre Senhor
Para viver tal aflição
São tantas desditas
A torturar minha mente
Sinto-me uma árvore daninha
Em meu ócio de doente
Sinto-me um cão vadio
Sofrendo de forma inclemente
Todas as penúrias que vivo
Nessas noites de terror
As lágrimas correm no rosto
Coração sangrando em dor
Tenho dúvidas se vale a pena
Continuar sentindo amor
Sono perdido e sonhos desfeitos
Tento adormecer
Mas vejo a noite se esvaindo
Vejo um novo amanhecer
Eu sofrendo calado
A espera de um novo anoitecer