Magna Carta
Quando a dúvida agoniza,
Só leitura a pacienta.
O tutor debruça-se sobre a lição.
Ao som de harpas edificantes,
Mas de modo estranho à razão,
Cede ao clangor
De trombetas destoantes!
No íntimo apavora-se imprudentemente,
E na alma embebida de covardia,
Ecoa o instrumento insolente;
É o ruído que reprime a melodia
Do erudito eloquente!
No embalo deste som tosco,
Se por medo ou por mal gosto,
A tempestade fala, a brisa cala,
O olhar, mouco, enxerga torto.
Enquanto a razão, muda, não fala,
A letra sofre, morre aos poucos!
Em tom de despedida
Chora a carta no seu leito...
Mas, em seu pranto segue à lida;
Reluta forte, com efeito!
Um sopro de vida...
Clama ao seu tutor:
Leia direito!...