AQUÁRIO

AQUÁRIO

Preso

Qual num aquário

Seco e embotado

Transformo-me

Não me permitem

O ser gregário

Sinto saudade de

Sem máscaras

Abraços beijos toques

Exclamações perdigóticas

Perderam-se num labirinto

De tantas telas frias

Tanto preconceito

Tantas alevoisias

Que aos poucos vou esfriando

Em sentimentos

Vou substituindo o pranto o pesar

A indignação o desalento

O prazer a alegria

A alacridade o desfastio

Por indiferença a distância

Sou eu ou somos nós?

Tudo parece tão longe

Mergulho nos livros

Leio e penso...

Tentando não me afogar

Nas águas da desumanidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/06/2020
Reeditado em 04/06/2020
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