Sabia?
Sonhei contigo, sabia?!
E tive a confirmação de que
não preciso de muito
para estar feliz.
Acordei com um
sorriso diferente.
Acordei com a força e a determinação
de um vira-lata que
caminha altivamente
pela calçada com o sol a arder na pele
e a barriga vazia.
Você ainda está em mim, sabia?
Agora mesmo,
estou lembrando da grande boca vermelha
e do teu rosto intangível
enquanto escuto Cartola e devoro cervejas
numa espécie de transe radiante.
Mesmo sabendo que sonhos
não enchem barrigas,
não me embriagam,
não me fazem gozar,
suspiro.
Eles são minúsculas utopias luminosas
diante de tanta escuridão.