Ele vale aquilo o que só você mesm@ pode entender

A vida o fudeu, nada o desperta.

Em cada coisa que vê, que odeia

que deseja, que ama,

em tudo ele morre um pouco,

perde-se,

decompõe-se nas mínimas saudades.

Está preso em si,

numa forma de paz que o deixa sempre prestes a explodir,

e assim permanece.

Corre e some no futuro incerto que o espera

e quem o vê, criatura estranha e silenciosa,

jura que nele

ainda existe um resto necrosado e quase morto de fé em não se sabe o quê...

Em tudo, ele é puro desencanto.

Olhos de quem quer o mundo inteiro

almejando o silêncio que é chegar ao nada.

Uma paixão doente por coisas que não entende.

Álcool corre em suas veias e o lento coração bombeia as nefastas ideias para o cérebro

que borbulha, que humilha, que o enlouquece.

Se abriga na solidão

e nela é que se faz forte.

Está cansado.

Vagueia através da insegurança tentadora oferecida pela vida.

Some nas nuvens de seus sonhos.

vai com eles ao limbo e retorna melancólico,

sem saber ao certo

se queria mesmo voltar.

As vozes não lhe dizem muitas coisas boas, mas ainda sim

são uma boa companhia.

A poesia é o seu luxo.

O vinho, seu altar.

O Bêbado
Enviado por O Bêbado em 02/06/2020
Reeditado em 02/06/2020
Código do texto: T6965446
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