SEM PRECEDENTES
Preciso sentir as reticências do teu toque em minha pele, escrevendo poesias intermináveis.
Eu quero sentir a angústia do teu desejo, exaurindo-se entre os verbos indecentes... e o amor fora dos corpos.
Alcançado apenas pelas almas conectadas além dessa matéria.
Onde posso tocar a tua carne e toca a minha com maestria, ambos sabemos que as feridas necessitam de afagos para não doerem mais...
Não ouso colocar nenhuma vírgula entre os nossos lábios, quando se encontrarem pela primeira vez, selando um beijo que antes fora dado pelas nossas almas sedentas e expurgadas.
Através dos teus versos eu sinto o êxtase atingindo lugares em mim, antes não violados.
Estranho seria a minha poesia não encaixar na tua... como dois corpos acoplados para atingirem o orgasmo.
Ele gozou em mim feito poesia casual, deixando o meu âmago lambuzado.
Nos sussurros pelas madrugadas, sendo declamado nos meus sonetos, deliciava-me com teu gosto. Éramos rimas de versos combinados, profanados como melodia musicada, sem compositor. Eram proferidas na acústica do silêncio ensurdecedor dos poetas. Apenas os nossos fluidos coautores do pecado cometido sem precedentes.