CANTO NEGRO
O canto forte que ecoou com esperança na senzala
Não sabia que a nossa liberdade nunca existiu.
As correntes continuam em nossos pés tentando impedir nossa evolução.
As chibatas que antes cortavam nossa pele
Hoje nos sufocam, nos perfuram e nos matam,
Enquanto o silêncio lava as mãos em nosso sangue.
O choro negro sendo abafado,
A dor negra sendo ignorada.
Mas pare e com atenção nos escute.
A senzala está gritando, a senzala está cantando,
A senzala está lutando, e voz negra não será calada.
De joelhos encantamos nossas preces e orações.
Salvem nossas vidas. Salvem nossas almas!
Na pedreira será batido o martelo da justiça. Kaô!
A sentença virá numa armadura a cavalo. Ogunhê!
Quem deve, pagará. Quem merece, receberá.
Na benção dos ancestrais que nos guiam (acurucaia!) a casa grande será queimada.
Com a força das tempestades a vitória será alcançada.
Corra, sinhôzinho, pois a senzala está acordada.
Eparrey!