CANTO NEGRO

O canto forte que ecoou com esperança na senzala

Não sabia que a nossa liberdade nunca existiu.

As correntes continuam em nossos pés tentando impedir nossa evolução.

As chibatas que antes cortavam nossa pele

Hoje nos sufocam, nos perfuram e nos matam,

Enquanto o silêncio lava as mãos em nosso sangue.

O choro negro sendo abafado,

A dor negra sendo ignorada.

Mas pare e com atenção nos escute.

A senzala está gritando, a senzala está cantando,

A senzala está lutando, e voz negra não será calada.

De joelhos encantamos nossas preces e orações.

Salvem nossas vidas. Salvem nossas almas!

Na pedreira será batido o martelo da justiça. Kaô!

A sentença virá numa armadura a cavalo. Ogunhê!

Quem deve, pagará. Quem merece, receberá.

Na benção dos ancestrais que nos guiam (acurucaia!) a casa grande será queimada.

Com a força das tempestades a vitória será alcançada.

Corra, sinhôzinho, pois a senzala está acordada.

Eparrey!

Srta Cabernet
Enviado por Srta Cabernet em 02/06/2020
Código do texto: T6965326
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