QUIMERA
Francisco de Paula Melo Aguiar
Quimera! Ah! Meu Deus
Nos cemitérios jazem...
Corpos de filhos teus
O fim sem filmagem.
Quimera! Crê em Deus Pai
É a única mensagem...
De conforto para quem se vai
E para quem fica na terra da sacanagem.
Quimera, monstro mitológico
Figura híbrida com cabeça de leão...
Corpo de cabra sem zoológico
E cauda de serpente em ação.
Quimera! De combinação heterogênea
Incongruente de elementos diversos...
Figura da imaginação nada ingênua
Sem possibilidades e progressos.
Quimera! É ver “São Jorge” fora da lua
Com montagem real e sem fantasia...
Carnaval fora de época na rua
É a ideologia velada rumo a anarquia.
Quimera! Vive entre a paz e a guerra
Haja galão no vestido da ilusão...
Solta como bala perdida, uma fera
Utopia entre o herói e o vilão.
Quimera representa a foice
Só faz budejar em vez de discursar...
Porque burro e cavalo dar coice
E isso não se pode evitar.