DESORDEM (Série Poema No Poema) ROBERTA LESSA
Aos que fogem das mágoas por chegarem: Serão eles um fato consumado ou um artefato ousado que incendeia o desejo de rever medos e modos já assumidos enquanto absoluta verdade?
Aos que defendem as rédeas por aplicarem: Serão eles um artefato usado ou um substrato inventado que rodeia o deserto do viver credos e crenças já corroídos enquanto dissoluta simplicidade?
Aos que emergem das nódoas por cegarem: Serão eles um substrato inventado ou um abstrato pintado que pleiteia o desespero do conter cor e dor já dissolvidos enquanto permuta bondade?
Aos que interagem nas mínguas por sugarem: Serão eles um abstrato pintado ou um contato marcado que regateia o destempero do rever ossos e ócio já absorvido enquanto labuta espontaneidade?
Ao que constrangem nas garoas por aplicarem: Serão eles um contato marcado ou um mandato lesado que incendeia o desmazelo do poder organizado que permeia garras e gestos já organizados enquanto conduta liberdade?
Aos que sorvem nas canoas por duplicarem: Serão eles um mandato lesado ou um substrato jogado que volteia o escalpelo do ceder corpos e lóbulos já decepados enquanto disputa em desigualdade?
Aos que agem nas volúpias por sentirem: Serão eles um desmazelo inculcado ou um degelo massificado que permeia o gosto de sorver cor e flor já abatidos enquanto fruto inacabado?