NADA

Se a alma chora empedernida,

No silêncio carrega sua cruz

E, enquanto a dor a solidão traduz,

Menos tédio consome a ojeriza.

Quando os ventos gritam assobios,

Há avalanches de sentimentos sutis

Que fantasiam o paladar dos colibris

E tatuam no tempo os aromas bravios.

Quiçá as sombras sejam vultos niilistas

Onde os rouxinóis pousam exacerbados

Diante dos cabelos negros dos prados

Onde há a fumaça branca dos parasitas.

Decerto as lágrimas umedecem os vales

Dos bem-te-vis que chilreiam amenidades!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 30/05/2020
Código do texto: T6963043
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