Entrincheirado
Coativo se preserva alheio e tacanho
Obrigação abstrata por faminto abster
Entre mós de imenso castigo espreita
Rouco gritoso desbordado e atroz
Persevera de letífero decidir suicídio
No noturno dia eclodia a face do caos
Mordaz ingenerosa a noite transia
Jazia estulto enregelando lágrimas
Gruta profunda brumada e própria
Oco vazio despupilada alma relutante
Era mau era manso o coração macerado
Curvado corcundo pelo peso ambíguo
Das possibilidades assaz definhadas
Pecado de nascer - eiva - pecado de morrer
Mágoa balda hirta lívida de vontades
O poema de agora será incerto e tórrido
Brumas revocadas em febril presente
Acocorar-me-ei nos tendões do tempo
Alumiando sorriso abismático mas vivo
Compartindo versos nos ecrãs da vida