MAÇÃ APODRECIDA
Pelas brumas do Avalon
Ou pelo perfume
Da revendedora do Avon
Volto ao tempo
Em tormento, em lamento.
Pelos cavaleiros da Távola Redonda
Ou pelo quadro da Gioconda
Continuo a regredir
Querendo saber o que é existir
Passo pelo liquidificador
Penetro na memória do computador
Entro em luta na lida
Para saber o que é a vida
Perco-me entre o vento e o tempo
A Minh’ alma jaz no esquecimento
Não sei se voo no turbo-motor
Ou nas asas de um condor
Mas, pilotando um caminhão
Voltei ao tempo de Adão
E em suas anotações esquecidas
Descobri que sou na vida
Apenas a maçã apodrecida