HORIZONTE
Espreitei o horizonte e vi teus olhos
Sou aquele que inventa vozes
Para desmanchar o silêncio
Condenei-me a poesia para fugir
De minha liberdade
Só tenho abstinência de ternuras
Maior fineza é esculpir ausências
Espreitei o horizonte e refiz caminho
Não é no céu que nasce o tempo
Já tenho no vazio um território
Minhas fronteiras são para dentro
A palavra é minha única anatomia
Por isso sepulto reticências
Faço da angústia um idioma.