De vidro

O corpo pede comida

enquanto a alma se satisfaz.

Queimei tantos kilos por estar feliz,

tantos dias acordado,

sem sono ou cuidado.

Mas a'lma habita agora

um recipiente de vidro.

E acho que já não demoro a quebrar,

sinto no peito a agitação

de energias querendo se libertar.

Resta agora o leve medo do incerto,

esperar que o fim traga tanta poesia

quanto os começos.