Longínquo

Lá ao longe

Um céu bonito e misterioso

Um recanto para se esquecer

Do Império das angústias

João vai para lá

Quando a realidade

É realidade demais

Tal qual profeta

Sem deus

Ele bebe águas cristalinas

Respira o amanhecer

E é preenchido pelas estrelas

Haverá tempo

De voltar a andar de ônibus

Ser explorado pelos chefes

Mas agora ele está

No Jardim primordial

Dá nome aos bichos

Venera o pôr do sol

E sonha a caminhada

Sem correntes.