Mito da Caverna

Existiu uma caverna outrora,

(Platão escreveu sobre o mito.)

Homens sempre acorrentados,

Viam sombras, sem ter fim.

Nada mais da vida conheciam,

Achavam normal fosse assim.

Existia outro grupo oculto,

Que sabia do mundo lá fora,

Mas a estes não interessava

Luz fizesse, nunca era hora.

Um dia o inusitado aconteceu:

Um dos presos desapareceu!

Ele sozinho da Caverna saiu,

Viu a fogueira e a sombra,

Entendeu toda ilusão e fugiu.

Se esgueirou, superou o medo,

Foi difícil, um grande desafio:

Sofria dor, sozinho e vazio.

Sua busca o fez ir em frente,

Devagar, da escuridão, ele saiu,

Sol o cegou temporariamente

Mas nem assim desistiu.

Então pode contemplar o belo.

Imensa, linda natureza ele viu!

Porém o assaltou compaixão:

Amigos viviam naquela ilusão,

Precisava ir resgatá-los.

Voltou mas... triste surpresa.

Acharam louco o coitado!

Escutaram-no com estranheza.

Tristemente o sábio voltou,

Mas não desistiu de esperar,

E logo outro surgiu

Desejava as correntes quebrar!

Mais um que, súbito, acordou:

Mudança era o despertar.

Assim acontece na vida:

Existem os presos ao poder,

Há os prisioneiros iludidos,

E bem poucos a não se render.

Fogueira de desejos projeta

Sombra material incompleta.

Este Sol lá fora é Deus

Esperando a nossa entrega.

A arte se se viver é pensar,

Pensar com o coração,

Pensando todos aprendem,

Sócrates ensinou à Platão.