Conflito Das Almas
Perdoe-me, Mestre!
Não pude fugir da guerra.
Percebendo corpos caídos, vozes, gemidos; articulei em silêncio.
Vi muitos vultos lá fora.
Cruzei as escuras esquinas, e
aturdida, flertei com o mal.
O sangue esguichava dos olhos dos mortos quando saltei os muros,
minhas mãos se fecharam pela dor e vi a face do horizonte avermelhar-se, e não era o pôr do sol.
Perdoe-me, Mestre!
Não ofereci a outra face. E atirei! Mil vezes, cem mil vezes...
Minha dor fundiu-se com a alma dos mortos e me transformou.
Agora eu era outra criatura...
As armadilhas me armaram!
Já não tenho sal nos olhos,
minha dor não dói!
Não tenho amigos;
não me recordo das canções que fiz ou das flores nos jardins... Perdi meu mundo.
Temo que o frio em meu olhar refletido no lago congelado me mate a qualquer momento,
mas, nada a fazer quando os afrontados pela morte perdem a piedade e o medo, por que aprendem matar e não enterrar.
Minha ira se fez comandante de minha curta ou longa vida,
e minha finada dor contra ataca ferozmente, e sem piedade.