O veneno era doce II

pássaros na janela
ramagens no pensamento
palavras
estupidamente belas
teciam a rede dos ventos
embalavam o tempo
bilhetes e declarações
pintores do ego
faziam obras no peito
plantando e colhendo

atiçou as velas do amor
com banquete de palavras
no cálice
um vermelho escarlate
agridoce com uma lasca de amargo
jurei por esse veneno
com a profundeza
de uma igreja
abria - me a porta da prisão
sereno como um rio represado
por isso o veneno era doce
Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 25/05/2020
Código do texto: T6958065
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