DE CIÚMES...

Em silêncio me insultavam meus amores,

Na rinha da ilusão, com seus carinhos,

Traziam-me por perfume, mirra...e flores;

E um fanal pra que eu seguisse meu caminho...

Nas doutas horas em que o silêncio impera,

Se abrem as cortinas dos amantes,

Como o vergel que se ostenta verdejante

No doce amanhecer da primavera...

E o aldeão, nos frutos que tateia,

Balbucia o seu amor dado ao ciúme,

E arfando o odor da ingente ceia

Crepitante de amor, bebe o perfume...

E sob o espraiar da lua cheia

As bocas em um beijo, então, se unem...

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 15/10/2007
Reeditado em 16/10/2007
Código do texto: T695772