Primeira travessia
Primeira travessia
Alexandre Santos
De repente, a revolução.
Da penumbra acolhedora ao perturbador clarão.
Do silencio carinhoso ao ensurdecedor trovão.
Do cálido repouso ao agitado turbilhão.
Sem opção, a revelação.
Sem culpa, a agressão.
A palmada que faz chorar.
O frio que faz tremer.
Memória apagada.
Premonição embargada.
Passado esquecido.
Futuro desconhecido.
Amnésia divina,
que esconde origem e sina.
Desafio humano,
que escreve destino insano.
Caminho certo.
Caminho incerto.
Crescer, amar, lutar.
Amar, lutar, passar.
(*) Alexandre Santos é ex presidente da União Brasileira de Escritores (UBE) e coordenador nacional da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural