Moça...

Ela fechou o coração para idiotas,

Mas ele continua aberto

Para o quê lhe agrada

A rotina lhe causa asco...

Ela odeia as mesmices que lhe cercam...

Não suporta as coisas que levam sua sanidade,

Mesmo que temporariamente...

Se sente... sente muito...

Seja amor, ódio, tesão, desprezo, ranço, desejo, felicidade...

Ela não sabe ser meio feliz,

Sentir meio rancor,

Meio desejo,

Meio tesão....

ela não sabe muita coisa ainda,

Mas sabe que o melhor disso tudo é justamente

Não saber tudo,

porque aprender coisa nova tira ela da rotina...

ela odeia ser evitada,

mas sabe lidar com desprezo,

aprendeu desde cedo a responder o silêncio com o silêncio,

e quem disser que o silêncio não fala...

é surdo o suficiente para não ouvir os gritos que o silêncio costuma dar...

não sabe ler os espaços em branco...

Há quem dela goste,

Há quem a ela odeie,

Há quem a ela despreze,

Há quem a ela evite...

Há quem por ela caia de amores...

Mas a moça só quer mesmo

o quê lhe fizer bem,

o quê lhe arranque suspiros,

o quê lhe dê sorrisos,

o quê lhe fizer tremer as pernas...

os beijos, as letras, os olhares, os toques, a sorte, as flores,

os gatos, as ondas, os barcos...

a moça só quer aquilo que for bom,

bem e saudável

para manter o seu sorriso fácil vivo e livre.