O PRESENTE DO PASSADO (e a presepada do futuro)

Quando eu escrevi esse poema, acho que em 2002, eu vivia preocupado com o que eu seria no futuro. Isso porque futuro pra mim representava única e diretamente, terminar uma faculdade, arrumar uma esposa e morar num apartamento, - se possível - no mesmo prédio onde meus pais moravam. Nossa, como eu falhei em tudo isso....

ufa..

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É duro saber que

não há futuro

e não é mole

mole, mole… saber

que ainda há futuro.

E que quando chegar

já se será presente

e não vai nos agradar…

tanto assim.

O menino quis ser príncipe

e a menina, uma princesa…

Mas quando chegar lá…

ele não passará

de um bobo da corte…

e ela não passará

de uma servente.

Será real, será presente.

e já não agradará…

tanto assim.

Eu vi de longe…

era ELE ali parado

era o Amor.

Mas quando cheguei…

fui enganado, e ele

um velho senil e descarado

já sem tempo, já descrente…

Em volta dele,

havia uma tumba

com seu nome… e a morte

era evidente…

já não era mais passado

já não era mais futuro

já não era mais presente

já não era nada,

era só o fim,

de um fim, sem fim.