Definitivamente Eu
Na falta de palavra, sobra expressão
Na falta de estrofe, o refrão
Ah! Que ausência maluca, tresloucada no tempo
Disseca sentimentos e os torna vãos.
Na falta de saudação, o motejo...
A pateada que faz-se ouvir no teatro
Das nossas vidas, uma só representação
Na falta de trela, a incompreensão
Na falta de prosa, suposição
Fundamento de uma demonstração indemonstrável
O axioma da separação
Na falta de zelo, acho que quero sair
Não adianta nem tentar compreender
É tudo tão particular, escondido, recôndito
Solto a voz, quase perco o ar
Falta menos de um minuto p'ra zarpar
De nau em nau, faz-se o desfecho
Aos pouco mais dos trinta
Sou menos da metade do que deveria ser
Parei apenas p'ra dizer que
Definitivamente eu... não sei.