Madrugada

Sempre fui preso a ideia de futuro utópico;

Talvez não estivesse preparado para um presente distópico;

Mas quem iria saber;

Que na madrugada não haveria nada para ver;

Apenas o vento frio, as ruas vazias;

Luzes acesas e o olhar do vigía;

Casas cheias, de vida vazias;

A madrugada é inumana;

Talvez chamada de insana;

É para os duvidosos;

É para os corajosos;

É para o poeta;

Que não vive em linha reta;

É para quem foge do orgulho;

E não conseguiu se acostumar com a distopia do barulho.

Guilherme Bornhofen Martins
Enviado por Guilherme Bornhofen Martins em 23/05/2020
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