Madrugada
Sempre fui preso a ideia de futuro utópico;
Talvez não estivesse preparado para um presente distópico;
Mas quem iria saber;
Que na madrugada não haveria nada para ver;
Apenas o vento frio, as ruas vazias;
Luzes acesas e o olhar do vigía;
Casas cheias, de vida vazias;
A madrugada é inumana;
Talvez chamada de insana;
É para os duvidosos;
É para os corajosos;
É para o poeta;
Que não vive em linha reta;
É para quem foge do orgulho;
E não conseguiu se acostumar com a distopia do barulho.