O PARTO

Desaba sobre mim uma nostalgia frenética

Que me põe grávido diante dos sentimentos

E me faz enjoar perante uma crise estética

Do meu íntimo que pranteia as desilusões...

Percebo-me em mim um desejo de solidão

Próprio das parturientes que ensejam o amor.

Vomito infinitas doses dos pensamentos

Que me retém prisioneira a consciência

Já contrabandista das egrégoras ufanistas

Do pecado extraído dos sonhos dantescos.

Eis um pré-natal que se dilui no tempo

Alcançando as esferas do zodíaco impessoal,,,

Chega o instante do parto: as dores intensas

Perfuram-se todos os desejos inconcebíveis

E no minuto final nasce o rebento: a saudade!’

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 22/05/2020
Código do texto: T6954890
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