Dor de existência é morte coagulada

vivendo de escuros

o aço e o cimento

mesmo cinzas sentem dor

após dor

todos os prédios da cidade

se olham tristemente

e em suas vacâncias

um sono que nunca aconteceu

o sono que é dor

dor de existência: morte coagulada

paixão que se enerva e não cresce

e em toda tristeza chove

os pingos da chuva

numa despedida:

selva obscura

onde me escondestes?

quando a última gota caiu:

tenho existido mais que Sócrates

e no céu a noite formosa carregada

de trovões

Dan Oliveira
Enviado por Dan Oliveira em 21/05/2020
Código do texto: T6954236
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