FIO DE NAVALHA

A lâmina fria e maldosamente fere sutilmente,

O fio de navalha sangra a pele macia e a mente,

Afiada como raios que em tempestades riscam o céu,

O corpo sofre, a maldade se apossa, a dor se torna cruel.

São profundos cortes que expõe a fértil fragilidade,

A vida e o tempo remendam em trapos coloridos,

Esperanças tentam em vão estancar as agonias, que agonizam,

As cicatrizes espelham como tatuagens o que foi sangria.

A felicidade esvai-se, são danosas daninhas de alquimias,

São tormentas pontiagudas em alto mar, são feridas expostas,

A estrela guia, a tempestade a consumiu, ficou à deriva sem rumo,

O fio da navalha sugou a vida, sangrou em choro a alegria.

A escuridão semeia, idolatra o medo, atemoriza...

Outro dia renascerá curando todas as feridas e as iras,

O fio da navalha, será cega, nunca mais cortará,

A vida florescerá sadia, o amor vadio como encanto inundará.

20.05.2020.

Ricardo Nunes de Sales
Enviado por Ricardo Nunes de Sales em 21/05/2020
Reeditado em 11/10/2020
Código do texto: T6953873
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