INSÔNIA
Entre brumas pela cama, a mente
flutua em densos devaneios.
No peito velha dor do ausente,
dos risos, afagos e beijos.
Quimeras da solidão humana
que de tempos assalta a noite.
Vem consigo rondar minha cama,
curvando para dar-me o açoite.
De um lado ao outro praguejo
a solidão que reside na alma.
Contorço, saudade dos beijos
que outrora outra boca me dava!
Nessa hora meu corpo inflama
das dores diárias e da lida.
Sou tolo e aos anjos conclamo:
- Me levem ou me deem outra vida!