O COMEÇO DO FIM

Tão rápido, tão de repente

Emerge-se ali à frente

A imponência da civilização

A visão ofuscada torna-se cega

Traga-se assim a fumaça dos que não cachimbam

Os espelhos absortos ao ar

Cruzam o céu com seus raios indesejados

Sem espaço para lavrar a terra

A chuva rechaçada mal cai ao chão

Escorrendo-se por bueiros e furnas de ferro...

A falha dos pés à solta em solo rasgado

Segue-se regrado entre setas e sinais no asfalto e piso

Sutilmente vigiados por câmeras indesejadas a cada passo, em vários ângulos...

Não se visualiza folhas, tetos ou estrelas

E és enjaulado em blocos de concreto pensativo!

As escadas desejosas não mais existem

E num simples resvalo de botão colorido

Ele está lá na altura enjaulado no elevador panorâmico admirando sua façanha...

Maldito botão em painel que num estalar pragmático

Levará o mesmo débil lá para baixo...

Mentecapto provocador de doenças criadas e situações já sabidas

Antecipando a vinda do ‘Homem’ lá de cima

Para julgar enfim os homens aqui ignóbeis!

Marcos Antony
Enviado por Marcos Antony em 18/05/2020
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