O pacato cidadão

O pacato cidadão que mora lá no Sertão.

Os calos nas mãos de tanto puxar a enxada.

Da vida moderna não sabe nada.

Levanta o chapéu e da testa pinga o suor.

Pega o lençol e dá nó.

E com a habilidade de uma das mãos apanha feijão.

Olha pro Céu e diz:

“Vixe Maria!” O Sol está no meio do céu! Já é meio-dia.

Em casa o feijão está cozinhado.

De lá do roçado ele sente o cheiro do cuscuz.

Pensando consigo diz:

Ah Jesus! Vou cuidar, ainda tem a carne pra assar.

Almoça o feijão com carne e cuscuz.

Agradece a Deus com muita ternura.

Adoça a vida com um “pedaço de rapadura".

Poeta Adailton