Orfeu e Eurídice
Muito cedo,porém,volve os olhos Orfeu
E de novo ela cai, e de novo morreu!
Como conseguirás as três parcas domar ?
Crime não houve teu, se não é crime amar
E, agora, debruçada sobre os montes,
Junto à água das fontes
Ou o onde o Hebro abre seu caminho
Orfeu chora sozinho
E, em luto e em pranto, invoca a alma querida
Para sempre perdida !
Agora, todo em fogo, clama ardente
Sobre a neve do Ródope imponente
E ei-lo, furioso como o vento, voa
E, em torno, o ardor da bacanal ressoa
Está morrendo, vede, e a amada canta
Seu nome vem-lhe aos lábios, à garganta
"Eurídice", a palavra derradeira
"Eurídice", dizem as matas
"Eurídice", as cascatas
Repete o nome a natureza inteira
O livro de ouro da Mitologia - Histórias de deuses e heróis
Thomas Bulfinch