Orfeu e Eurídice

Muito cedo,porém,volve os olhos Orfeu

E de novo ela cai, e de novo morreu!

Como conseguirás as três parcas domar ?

Crime não houve teu, se não é crime amar

E, agora, debruçada sobre os montes,

Junto à água das fontes

Ou o onde o Hebro abre seu caminho

Orfeu chora sozinho

E, em luto e em pranto, invoca a alma querida

Para sempre perdida !

Agora, todo em fogo, clama ardente

Sobre a neve do Ródope imponente

E ei-lo, furioso como o vento, voa

E, em torno, o ardor da bacanal ressoa

Está morrendo, vede, e a amada canta

Seu nome vem-lhe aos lábios, à garganta

"Eurídice", a palavra derradeira

"Eurídice", dizem as matas

"Eurídice", as cascatas

Repete o nome a natureza inteira

O livro de ouro da Mitologia - Histórias de deuses e heróis

Thomas Bulfinch

Kaynne
Enviado por Kaynne em 16/05/2020
Reeditado em 16/05/2020
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