Fora do eixo
Venho de um diferente tempo
Venho de uma forma de pensamento
Venho fora da minha caixa
Venho com lucidez
Com visão e sem qualquer padrão
Ou talvez...
Eu não venha talvez eu seja...
É eu sou...
Sou a elegância
A gentileza e a compostura
A beleza com suas costuras
Sou dos velhos hábitos
Das ideias ridículas
E dos sonhos inacabados
Das verdades escondidas
Sou uma viajante do tempo
Uma peregrina
A percorrer essas estradas
Sou da cultura antiga
Do estudo e da ciência
E por que não da minha própria consciência
Dona do que quer
Dona de mim e do meu futuro
Sou a intragável...
Insólita, áspera e arredia
Sou aquela de um único dia
A diferença que ninguém vê
Você me nota...
Mas será que me enxerga?
Venho e sou de um tempo diferente
Das relíquias...
De uma velha geração
Que agora se encontra em aniquilação
Sou alma pulsante
Desejo constante
Sangue borbulhante
E da mente inconstante
Sou das coisas absurdas
Das partes expostas
Aqui me encontro
Aqui me deparo
Aqui eu paro
Aqui eu volto
Volto para o meu espaço