Fim de tarde
A tarde deixa seus últimos raios de sol escapar,
que de tão tímida e bela abaixa os olhos e fita-nos devagar.
Como quem vê o agora entre os dedos escorregar
e de tanto encanto não consegue disfarçar.
Calma e serena vai-se bem devagar
deixando nos olhos do poeta uma saudade à chorar.
Chora, pois não sabe se ainda vai voltar,
ou se esta é a última vez que estão a se olhar.
Nesse instante a poesia põe-se a declamar
à tarde que no horizonte teima em escorregar
Levando-na para bem distante daquele lugar.
Mas deixando a poesia e o poeta a lhe esperar.