Fim de tarde

A tarde deixa seus últimos raios de sol escapar,

que de tão tímida e bela abaixa os olhos e fita-nos devagar.

Como quem vê o agora entre os dedos escorregar

e de tanto encanto não consegue disfarçar.

Calma e serena vai-se bem devagar

deixando nos olhos do poeta uma saudade à chorar.

Chora, pois não sabe se ainda vai voltar,

ou se esta é a última vez que estão a se olhar.

Nesse instante a poesia põe-se a declamar

à tarde que no horizonte teima em escorregar

Levando-na para bem distante daquele lugar.

Mas deixando a poesia e o poeta a lhe esperar.

Flor de Cactos
Enviado por Flor de Cactos em 15/05/2020
Código do texto: T6947789
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