ASSIMETRIAS DO TEMPO

Nas assimetrias do tempo

Ciclos são sempre necessários

A mudança (mesmo a mais simples)

É uma permanência contínua

Há é certo pequenos grãos

Que caem temporãos

Ou frutos que não crescem

Mas sem a pretensão

De serem inoportunos

Para o mistério da vida

O único idioma

É a própria terra

E a paisagem é

Um dialeto bonito

Com cores de primavera

Reflorescer é recomeçar

É partir de si

Ser outros

E não mais regressar

Plantar é fazer o melhor

Ciente que o amanhã

É um camponês cego

E pode não se ter

O que colher

E nessas metáforas

Que o bicho homem

Vai tecendo “debaixo do sol”

A mais certa talvez seja

“Amar é regar”

Porque das incertezas

Mais belas da vida

Essa é de longe

A mais garantida.