LIRISMO CREPUSCULAR
Da tua pele, deveras mimosa
Suspiros de júbilo são entoados
Reflexo dos bosques encantados:
São teus olhos, ó viçosa!
Tens o beijo casto e picante
- Vênus em êxtase seminua -
Sob o balouçar, clarão da Lua
Exalas teu perfume, embriagante!
O sangue quente na noite fria
Das minhas veias percorre!
Água de teus poros escorre
Lábios úmidos... Delícia!
No teu mar formado, navego
E nos túmidos peitos teus
- Adorno de lábios meus
Deito a cabeça e ali sossego!
Tua voz suspira, tranquila
No silêncio do luar...
Canções da alma do teu olhar
Matizam na tua límpida pupila!
Teu corpo esquenta com fervor
Aquecendo-me com tua mão atrevida
Ah! Como se encontra a vida:
Quando se morre de amor!
Oh!... Que noite mais bela!
Meu coração, assim, logo palpita
Ao som dos teus gemidos, querida
Qual gozo de paixão logo revela!
Madrugada já se passavam das três
Tua face estava mais vermelha
E no crepúsculo da maravilha:
Morremos de amor outra vez!