Insígnias das Dores

I

Se ao olhar um espaço vazio,

O frio dos verbos lhe engasga.

Faltam palavras e se dilui na brisa do silêncio.

O silêncio é gritante,

e nada é como antes,

o antes, se destaca!

A vida vem depois,

nos alojamos no agora,

que nunca vem.

E você;

torna-se refém deste fluxo.

E o mundo,

ejacula essa dor.

És um pensador,

O magnifico ser,

que pensa a dor.

II

Se o que pensas,

é lúdico .

E o mundo o renega.

Isto é culpa das festas de sorrisos,

Das guerras de afagos.

E tu nota que é um farrapo de ouro,

nos pilares da saudade,

és o olho.

Num circulo onde a maldade é o eixo,

E teus desejos são quadrados.

Onde o fato,

é a solitude do vento,

que tenta derrubar o muro criado por humanos.

Humanos que derrubam seu próximo,

destruindo a célula de sua própria unidade.

És um sonhador,

O magnânimo ser.

que sonha a dor.

III

Mas todo sonho pode ser real,

pode se realizar.

Realize:

o amor;

os afagos;

as metas;

as setas de prosperidades;

a cidade alagada de maldade;

o louvor;

o favor;

o pavor que não assusta.

És um realizador,

O esplêndido ser,

que realiza a dor.

IV

Para ser realizador,

é preciso aprender a colaborar.

O cônjuge o verbo amar,

sem o verbo possessivo.

O monte do egoísmo não atinge as nuvens da humildade.

O egoísmo é um monte raso,

Qualquer altura é mera ilusão de ótica.

Temos que colaborar com todos,

E não só os próximos de você.

Assim você deixa sua essência fluir.

És o colaborador,

o honroso ser,

que colabora com a dor.