Inquietação

Rotineiramente eu sinto dores de parto,

Uma inquietação medonha.

Despropocionalmente eu insisto que venha

E ela reluta para não nascer.

Abrem-se as madres da minha alma

E tudo se dilacera dentro de mim,

Mas teimosamente ela resiste,

Fazendo sangrar a intimidade

De meu cérebro.

Já são passadas as horas e a dilatação

Não está dilatada o suficiente para que passe.

Sinto dores de parto, prazeres e alegrias,

Porque o tempo é chegado e as últimas fibras musculares do meu corpo, se rasgam para o ápice da vida.

Nasceu!

Se bela - não sei!

Se feia - é sua a conclusão!

A poesia veio ao mundo,

Nua e sem vergonha para vida,

Pairando na putaria da existência.

Charles Costa
Enviado por Charles Costa em 13/05/2020
Reeditado em 22/05/2021
Código do texto: T6946090
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