Inquietação
Rotineiramente eu sinto dores de parto,
Uma inquietação medonha.
Despropocionalmente eu insisto que venha
E ela reluta para não nascer.
Abrem-se as madres da minha alma
E tudo se dilacera dentro de mim,
Mas teimosamente ela resiste,
Fazendo sangrar a intimidade
De meu cérebro.
Já são passadas as horas e a dilatação
Não está dilatada o suficiente para que passe.
Sinto dores de parto, prazeres e alegrias,
Porque o tempo é chegado e as últimas fibras musculares do meu corpo, se rasgam para o ápice da vida.
Nasceu!
Se bela - não sei!
Se feia - é sua a conclusão!
A poesia veio ao mundo,
Nua e sem vergonha para vida,
Pairando na putaria da existência.