valsa:

pode, também, amar
o coração sombrio,
feito de sal e de pedras?

rasgado, o coração,
que rompe veias e valsas,
esquiva-se das ilusões perpétuas.

mas, fragilizado, no labor das horas intensas
mergulha tão crente,
nos abissais oceanos dos teus olhos.

quisera poder,
ser plácida manhã que moldam teus olhos
e ludibriar o sangue tenro
que corrompe-me o coração aniquilado.

ora, se não deixar-me-ia iludir
por frações inteiras do teu tempo
para eternizar-me,
nos desejantes sonhos do agora.

@leaferro 🌻
Léa Ferro
Enviado por Léa Ferro em 11/05/2020
Código do texto: T6944294
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