NINGUEM SABE. NINGUEM VIU.

Poeta Cypriano Maribondo – ZAP. (84) 9.9679.6174

cmgtpoeta@yahoo.com.br – Em 10/05/2020

Seu nome era FLÔR, más poderia ser Maria.

Mulher com muita esperança, cheia de amor.

Ela era diarista, saía em busca de trabalho.

Mas com esta pandemia era desanimador.

Ela morava com o JOÃO, seu único homem.

Ele era encanador, um faz tudo, trabalhador.

Estava desempregado e todo dia procurava.

Um bico de servente, de gari ou encanador.

O casal tinha dois filhos, a Rosa e o José.

Que iam para a escola, não pela educação.

tinham uma vida dura e com pouca comida.

Eles lá na escola só queriam uma refeição.

Foi assim que eles viveram lá na periferia.

Eles moravam de favor num humilde barracão.

Nunca foram notados, eles eram invisíveis.

Para o povo e o governo que dirige a nação.

Eles ficaram doentes, com o Corona Vírus.

Na UPA sem vagas morreram cheios de dor.

Que tenho a ver com isso, sou Jair Messias.

Não sei fazer milagres, não sou o Salvador,

Depois da morte, nem autópsia, nem enterro,

Eles viraram um número, ninguém os procurou.

Foram jogados em valas, ali eles se perderam.

Foi um governo genocida quem os assassinou.

Más para quem quer matar a metade do Brasil.

Eles eram uns invisíveis, quem vai se incomodar.

Para este governo brasileiro que o povo elegeu.

O culpado de tudo é LULA, começou a espalhar.

Os Senadores e Deputados, nada vão fazer.

Por cargos e dinheiro o congresso nada falou.

E a nossa frágil democracia, a nossa esperança.

Tão falada e sonhada, durou pouco e já acabou.

Não afirmo se é verdade essa história contada.

Não dá para se saber se essa família existiu.

Para o nosso governo era um número invisível.

Não interessa: aqui ninguém sabe. Ninguém viu.