POEMAS SEM TÍTULOS E NOTURNOS E DE AUSÊNCIA 5
Ando parindo histórias, palavras.
No meio desse lixo todo e do tempo vagabundo
Procuro flores
flores em buraco de asfalto.
Ando te carregando comigo, usando um colar de concha do mar junto a uma pedra
pedra clara,
água escorrendo como tu
pedra que dizem limpar a a a a
al al al al alma
Ando a olhar os livros perdidos por entre o quarto
distopias
histórias de violência
vestes vermelhas, cegueiras brancas, livros queimados
enquanto na parede vejo os pássaros
sobrevoam o lado de lá
do oceano
do corredor
do transatlântico que tens
carregador de águas salgadas
das lamúrias de teus dias.
Quando então percebo a translucidez de tuas águas
do mesmo corredor
transa
atlântico
ou
a quanto tempo o toque dela
ainda vai doer em tua pele
marcada
dessa vez por memórias de um
amor inacabado
ando entre o corredor e você
o amor inacabado
Pego. Tua minha mão.