POEMAS SEM TÍTULOS E NOTURNOS E DE AUSÊNCIA 5

Ando parindo histórias, palavras.

No meio desse lixo todo e do tempo vagabundo

Procuro flores

flores em buraco de asfalto.

Ando te carregando comigo, usando um colar de concha do mar junto a uma pedra

pedra clara,

água escorrendo como tu

pedra que dizem limpar a a a a

al al al al alma

Ando a olhar os livros perdidos por entre o quarto

distopias

histórias de violência

vestes vermelhas, cegueiras brancas, livros queimados

enquanto na parede vejo os pássaros

sobrevoam o lado de lá

do oceano

do corredor

do transatlântico que tens

carregador de águas salgadas

das lamúrias de teus dias.

Quando então percebo a translucidez de tuas águas

do mesmo corredor

transa

atlântico

ou

a quanto tempo o toque dela

ainda vai doer em tua pele

marcada

dessa vez por memórias de um

amor inacabado

ando entre o corredor e você

o amor inacabado

Pego. Tua minha mão.

Jailson Anderson
Enviado por Jailson Anderson em 10/05/2020
Reeditado em 10/05/2020
Código do texto: T6942853
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.