Brasília
Falar de Brasília é falar de Juscelino, Niemeyer,
é falar de seu traçado, do êxtase logo após a sua inauguração,
é falar das inseguranças de um amanhã incerta.
Como fazê-la crescer!
Como sobreviver perante uma utopia sonhada por muitos!
Falar de Brasília é falar de sua juventude transviada,
rebelde, próxima da loucura,
dos cabeças de fins de semana,
do nascer e do pôr do sol.
Brasília é rock,
é formula 1,
é Oscar,
é pontuação de três,
é geração Coca-Cola perdida no tempo
das indecisões de que nada vai acontecer.
Falar de Brasília é falar de amor e ódio,
de Gênesis, Beatles, de musica urbana,
de Mario Eugênio e os militares,
de Ana Lídia e os filhos de militares.
Brasília é Jânio e sua paranoica renúncia,
é impunidade política, é impeachment, é encanto,
é pai, é filho de legião de fãs urbanos que viveram
a falta do que fazer, “não havia shopping Center”.
Falar de Brasília é ecumênico,
é pensar em Dom Bosco e sua profecia,
é amanhecer no vale, é UNB, é DCE, é sete de setembro,
é questionar e ser questionado se realmente valeu
ou se vale a pena nascer e viver em Brasília.