Brasília

Falar de Brasília é falar de Juscelino, Niemeyer,

é falar de seu traçado, do êxtase logo após a sua inauguração,

é falar das inseguranças de um amanhã incerta.

Como fazê-la crescer!

Como sobreviver perante uma utopia sonhada por muitos!

Falar de Brasília é falar de sua juventude transviada,

rebelde, próxima da loucura,

dos cabeças de fins de semana,

do nascer e do pôr do sol.

Brasília é rock,

é formula 1,

é Oscar,

é pontuação de três,

é geração Coca-Cola perdida no tempo

das indecisões de que nada vai acontecer.

Falar de Brasília é falar de amor e ódio,

de Gênesis, Beatles, de musica urbana,

de Mario Eugênio e os militares,

de Ana Lídia e os filhos de militares.

Brasília é Jânio e sua paranoica renúncia,

é impunidade política, é impeachment, é encanto,

é pai, é filho de legião de fãs urbanos que viveram

a falta do que fazer, “não havia shopping Center”.

Falar de Brasília é ecumênico,

é pensar em Dom Bosco e sua profecia,

é amanhecer no vale, é UNB, é DCE, é sete de setembro,

é questionar e ser questionado se realmente valeu

ou se vale a pena nascer e viver em Brasília.

TCintra
Enviado por TCintra em 08/05/2020
Reeditado em 28/11/2021
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