Sonho (seis a sete de maio)
A mente cria o medo
E, o medo, cria a forma
Quanto mais o alimento
Tanto mais me apavora
E assim, em desalento
Cerro os olhos, corro em fuga
De horror: disparo ao vento,
E me encolho, na penumbra.
Já em prantos, desalmada
Clamo ao Céu que me ampare
E uma voz me sopra, a tempo:
- Chega perto, observa! a
realidade, por ti, criada
E então, desperto, atento
Nasce a luz, dissolve a forma
Compreendo, num intento
Eis o medo:
minha própria sombra.
(Espírito ancestral
Poder celestial
A lembrança que o Amor
Dissolve todo o mal).