ESTILOS DE POESIAS

[Para o meu amigo e irmão Dr. Príncipe Dom Alexandre

da Silva Camêlo Rurikovich Carvalho, real cavaleiro

defensor das causas sociais e culturais do Brasil]

Sabedoria

Se houver algo que todos devem almejar...

Em primeiro lugar, deve está a sabedoria.

Dá vida, traz felicidade, paz e bem estar!

Se houver algo que todos devem almejar...

Escolhendo esse bem, você vai festejar,

E beber da vitória da alegria, todo dia!

Se houver algo que todos devem almejar...

Em primeiro lugar, deve está a sabedoria.

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 21.03.2012

13:35 [Tarde]

[Estilo: Poesia em Triolé o Triolete] * Triolé. * Origem: França. * Início: Idade média. * Título: Obrigatório. * Rima: ABaAabAB – sempre – as letras maiúsculas são os versos que se repetem durante a construção do texto. Se a poesia tiver mais estrofes (no caso do triolé – estância), a seqüência de rimas será a mesma da primeira. Porém, obedecendo a nova identificação, de acordo com a vontade do autor. * Tema: Livre. * Métrica: O triolé, em geral, deve ser decassílabo. Porém, há autores que se utilizam de outras construções. * Momento: Passado, presente e futuro. * Estrutura: O triolé é formado por uma ou mais estrofes (estâncias) de oito versos, todas com a mesma forma de rima, que foram descritas acima. * Características: As características principais do triolé, também são: canto aos amores, às paixões e o uso de figuras de estilo. No triolé, como em outras formas de poesia, também são obrigatórios ritmo, acentuação tônica e medida silábica.

SciFaiku 05

No rumo de minha navegação –

Sigo o astrolábio da vida,

Sem ligar para as tempestades.

SciFaiku 04

No espaço sideral sem fim –

A estação orbital espacial,

Navega rumo ao buraco negro.

SciFaiku 07

A flor de todas as cores –

E o laboratório na estufa fria,

Produzindo contra a natureza.

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 22.03.2012

9:07 [Manhã]

[Estilo: Poesias em SciFaiku] * Origem: EUA. * Significado: É a fusão da palavra ciência com haicai. * Início: 1996. * Título: O Scifaiku, por ter sua origem no haicai, em geral é numerado. Ex. Scifaiku 1, 2 etc. * Rima: Livre. * Métrica: (5/7/5) sílabas poéticas. * Momento: Passado, presente e futuro. * Tema: Aborda a ficção científica e tecnológica que, como no haicai, passa a ter a função do kigo. Todo Scifaiku deve fazer alusão ou citar algum termo científico ou tecnológico em um dos seus três versos.

* Estrutura: Igual ao haicai, tem uma estrofe com três versos de 5/7/5 sílabas poéticas, num total de 17 sílabas poéticas. * Características: Promove a incorporação da vida cotidiana contemporânea, do mundo científico e globalizado (ao haicai), tal como era feito nos tempos de Bashô e como é feito e cultuado pelos grupos mais tradicionais da atualidade. Ponto importante é a concisão, o imediatismo na forma de se expressar aliado à beleza da simplicidade.

Senryú VI

Se o homem foi mesmo à lua –

É muito mais simples hoje,

Tirar foto aqui no deserto.

Senryú VII

Quando chove, a lama desce –

O sol aquece e vira pedra,

Calçando a rua de terra movediça.

Senryú VIII

De tanto chorar, já tenho sal –

Não preciso mais do mar,

Quero um rio de água doce.

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 21.03.2012

21:44 [Noite]

[Estilo: Poesias em Senryú] Para facilitar o entendimento do que é – verdadeiramente o senryú, pode-se dizer que ele se alinha ao haicai em quase tudo. Desde o número de versos (três) e de silabas (17), do momento presente, da citação da natureza e também do kigo que, neste caso, fica a critério do autor. Porém há uma pequena diferença. No senryú, o poeta pode fazer uso do humor, da ironia, sátira e também dar sua visão filosófica em um determinado tema. Portanto, sempre que nos depararmos com um haicai, pode ser que não estejamos lendo um haicai e sim um senryú. Vale lembrar que o Senryú também é um poema monostrófico que deve ser escrito de forma simples. Senryú não tem título (apenas número) e nem rima e os temas que podem abordar são: sentimentos, paixões e tudo o que diz respeito ao cotidiano do homem e da vida.

Tanca Nº 01

Na mata, sabiá canta feliz!

Preso numa gaiola, é certo que chora...

Toda natureza em prantos, ora,

Pela boa, alegre, feliz e santa liberdade,

Das benditas aves de Deus em cativeiro!

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 21.03.2012

21:19 [Noite]

[Estilo: Poesia em Tanca] Poesia de origem japonesa, século VII, cujo significado é “poema curto”, o Tanca é formado por cinco versos com (5 / 7 / 5 / 7 / 7) sílabas poéticas, respectivamente, num total de 31 sílabas poéticas. É dividido em duas estrofes: a primeira com três e a segunda com dois versos. A separação das estrofes é feita com um pequeno parágrafo nos dois últimos versos. Precursor do Haicai, o Tanca (ou tanka) dá liberdade de o autor criar sem as exigências de kigo (referência à estação do ano), não prende a criação a um determinado tema e permite o uso de figuras de estilo. Aborda os sentimentos humanos, amores e paixões e pode ser escrito no passado presente ou futuro. O Tanca busca uma beleza que não é autêntica, elimina o feio e dá vazão à subjetividade. Contudo, não admite título, nem repetição de palavras. Pode, no entanto, ser numerado: Tanca 1; Tanca 2; Tanca 3 etc. * Tancaístas: Assim são chamadas as pessoas que escrevem Tanca.

To Play [Poesia ao contrário]

E a linda menina brincava. É melhor passear na praça...

Havia boneca de pano, Sozinha não tem nem graça,

Cachorrinho que gingava, Mas o coração não engana,

Mesinha feita de cano... Brincar é sempre bacana,

Tempo, o que não faltava. Mesmo sem ter companhia!

Tinha boneco que falava, Havia tristeza no peito,

Cadeirinha de balanço... A garotinha não sorria?!

Gatinho no seu descanso! Sim! Tudo parecia perfeito,

Sim! Tudo parecia perfeito, Gatinho no seu descanso!

A garotinha não sorria, Cadeirinha de balanço...

Havia tristeza no peito?! Tinha boneco que falava,

Mesmo sem ter companhia! Tempo, o que não faltava.

Brincar é sempre bacana, Mesinha feita de cano...

Mas o coração não engana, Cachorrinho que gingava,

Sozinha não tem nem graça, havia boneca de pano,

É melhor passear na praça... E a linda menina brincava.

[oirártnoc oa aiseop] yalp oT

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 20.03.2012

15:35 (Tarde)

[Estilo: Poesia ao contrário] Poesia ao contrário - A poesia ao contrário é um texto poético que pode ser lido tanto do começo para o final como do final para o começo. Há casos em que textos escritos para serem lidos dessa forma assumem sentidos completamente diferentes que, se o leitor não prestar atenção, certamente nem perceberá a astúcia do autor na transmissão da mensagem. Na poesia, quem aplicou isso com perfeição foi Cecília Meirelles.

Valente

Veio enviado do céu,

Valoroso ser angelical,

Voando por entre nuvens,

Vai rodeando o planeta!

Velando por todos nós,

Vemos chegar já a hora,

Vamos subir... Não demora!

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 22.03.2012

9:45 [Manhã]

[Estilo: Poesia em Pleiade] A Plêiade é uma setilha – poesia monostrófica de sete versos –, forma fixa elaborada por Craig Tigerman, em 1999. O poema é criado a partir de uma palavra que serve como título. Na Plêiade, cada verso é iniciado com a primeira letra da palavra que dá o título do poema, até atingir sete versos. Por isso, o título é obrigatório. Para aliviar toda essa rigidez da forma, os versos da Plêiade são livres. Rima e métrica também são livres. * A Plêiade é pouco conhecida por ser uma forma poética relativamente nova. Porém ela já ganhou o mundo virtual e conta com muitos praticantes.