Será?
O que eu faço com a saudade que tenho de você?
Será se ela me fará “criar casca”?
O que eu faço com as lembranças que tanto castigam?
Será se dá para converter em inspiração?
O que eu faço com o vinho que você me trouxe?
Será se cai bem harmonizar com lágrimas?
O que eu faço com o amor que encapsulei?
Será se eu ingerir ele se reverte em amor próprio?
Será se chegou o fim da linha?
Será se isso é tudo, embora não o bastante?
Será se nosso apreço por “Bilhetes” já era a anunciação do fim?
Será se tudo o que mereço de ti são silêncios e ausências?
Será se tudo que fiz foi te dar alguns momentos de prazer?
Será se fugir assim te levará tão longe? Se sim, quanto?
Será se você é tudo isso que achei que fosse?
Não sei.
Tudo que sei é que me desobrigo de saber.
Me reservo o direito da dúvida.
Acho mais inteligente por assim dizer...
Ter muitas certezas nessa vida, de algum modo, haveria de me emburrecer.