SOMMELIER

pour moi, ce poète-gourmet

que da natureza, deus dioniso,

colhendo videiras no campos elísio

tu m'as courtisé: mon chardonnay

apresentas leves tons de acidez

aroma de flores: rosas brancas,

pêssego fresco em meio às ancas

& doçura no paladar e na tez;

de corpo leve — rosé,

/entre às papilas, palpável/

e no final de boca o sabor de

quero mais é longo e agradável

mas quisestes podar suas folhas,

pisoteou meu coração como uva;

não pude ser seu saca-rolhas

sequer sommelier de vossa vulva.

hoje só me sobra este tanino

que germinou vosso terroir,

essa expressão limão

e notas de vontade maracujá.

sois um vinho agre

que me deixais à mercê,

um pinot noir vinagre!

— bouchonné —

mas Antero há de vingar-me,

pois não há nenhum charme

em vosso fruto me negar

e por fim serás assim,

como gregos quebram taça,

pois esse amor em cacos ao chão

só mostra que essa paixão

é como uva-

passa.

Gabriel Vinicius Alves dos Santos
Enviado por Gabriel Vinicius Alves dos Santos em 05/05/2020
Reeditado em 27/07/2020
Código do texto: T6938273
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