ESQUERDO
A apoteose da floresta sobreviverá,
engolindo a cidade que a peste levará.
A poesia refletida no rio sem fundo,
terá nome de lua, quando o mundo acabar.
Crianças serão ossos adormecidos,
sob raízes onde pousam os carcarás.
Deixa eu cantar o fim da música,
a pausa entre o partir e ficar.
Serão gênios feitos de cinzas,
que finalmente irão se calar,
sob escombros da vaidade que brilha,
mas não brilha mais que o silêncio.
O que resta de esperança, virou voo,
porque a morte é certa, o ocaso chegará.