POEMA NOTURNO E DE AUSÊNCIA 3

Agora chegas, então tu me chegas

e vem cheia de adornos de álcool de afeto de poemas de alma

senta-se sobre a cama e me olha

como se eu fosse teu oposto

dos teus ossos

de tua carne.

Me chegas em dias de chuva, quando a neblina tenta impedir meu campo de visão.

Em teus braços revisito as memórias e já não tenho medo de ir mais além dentro das memórias de uma cidade suja.

Chegas como quem nunca veio.

Trazes sempre a palavra exata, a palavra exata que é necessária a configuração da grande coreografia que é tua extensão até o âmago, de dentro, de carne contraindo-se contras os meus ossos.

Chegas.

e eu vivo de esperas, a cada manhã uma nova esperança

a cada noite a ausência se enquadra na janela

reviro livros

reviro conchas

Te acho. Te Sigo.

Jailson Anderson
Enviado por Jailson Anderson em 04/05/2020
Código do texto: T6936783
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