POEMA NOTURNO E DE AUSÊNCIA 3
Agora chegas, então tu me chegas
e vem cheia de adornos de álcool de afeto de poemas de alma
senta-se sobre a cama e me olha
como se eu fosse teu oposto
dos teus ossos
de tua carne.
Me chegas em dias de chuva, quando a neblina tenta impedir meu campo de visão.
Em teus braços revisito as memórias e já não tenho medo de ir mais além dentro das memórias de uma cidade suja.
Chegas como quem nunca veio.
Trazes sempre a palavra exata, a palavra exata que é necessária a configuração da grande coreografia que é tua extensão até o âmago, de dentro, de carne contraindo-se contras os meus ossos.
Chegas.
e eu vivo de esperas, a cada manhã uma nova esperança
a cada noite a ausência se enquadra na janela
reviro livros
reviro conchas
Te acho. Te Sigo.