Pulsar

É vermelho e vívido o sangue que verte da artéria rompida

Movida sobre os papéis, plágios, pastiches

É vinho sobre os lençóis emaranhados, encimesmados

E sob o poder da língua, à míngua, desmedida.

E assim passa a noite, passam as horas descompromissadas

Passam as brancas pernas e as pretas pintas da tua pressa

Pela janela percebem-se gostosas e apaixonadas risadas

Aqui dentro, um silêncio a gotejar começa.

A linguagem parida é pura forma

Contorna, escorrega, nega a norma

Arrasta-se voluntariosa, em voz alta

Até o tapete, ao pé da cama

Sacana, já não me engana, só deforma.